A Quarta-feira de Cinzas marca todos os anos o início da Quaresma, período em que ocorre a Campanha da Fraternidade
A Arquidiocese de Passo Fundo realizou nesta quarta-feira, 10, o lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica. A iniciativa ocorre anualmente e é sempre voltada para alguma questão social emergente. Em 2016, a partir do tema ‘Casa Comum: Nossa Responsabilidade’, a CFE reflete o Saneamento Básico.
A Campanha da Fraternidade nasceu em 1964 e vem, ano a ano, despertando a atenção para realidades urgentes de mudanças na sociedade, através do estudo, reflexão e provocação de ações concretas dentro do tema do ano. Em 2016, a Campanha da Fraternidade é, pela 4ª vez, ecumênica e reúne as Igrejas integrantes do CONIC - Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil.
Para marcar o lançamento, a arquidiocese realizou uma coletiva de imprensa com os veículos de comunicação de Passo Fundo e região. O momento contou com a presença de dom Rodolfo Weber, arcebispo metropolitano; Ricardo Cassen, pastor sinodal; Luiz Costella, do Fundo de Solidariedade da Arquidiocese; padre Arnildo Fritzen, coordenador de pastoral e Junior Centenaro, das pastorais sociais da arquidiocese.
Na ocasião, dom Rodolfo Weber destacou a relação entre saneamento básico e saúde. “Quantas doenças e mortes temos por causa de situações precárias de água potável, esgoto e higiene”, comentou. “Lembro-me de uma crônica escrita pelo médico e escritor Moacir Scliar: Quando eu era pequeno eu tinha medo de leão, tigre e outros bichos grandes. Hoje tenho medo de bactérias e de vírus. Descobri que estes são muito mais letais que os grandes animais”, citou dom Rodolfo, que ainda realçou a legislação brasileira sobre saneamento básico e concluiu: “A Campanha da Fraternidade Ecumênica é um testemunho de fraternidade, de diálogo e unidade. Ela deseja mudar nossa mentalidade sobre o saneamento básico. Se nosso pensamento e atitudes já estão neste rumo, serve para fortalecer e ajuda a perseverar no caminho”.
Em virtude da CF neste ano ser ecumênica, o encontro contou também com a presença do pastor sinodal Ricardo Cassen. “Para viver e concretizar a Campanha da Fraternidade Ecumênica, precisamos ter abertura e disposição”, afirmou. Segundo ele, é necessário se unir para fortalecer o testemunho e a CFE é a oportunidade de darmos exemplo no mundo em que vivemos. “Desejo que consigamos cada vez mais, enquanto Igrejas, dar bons testemunhos de fé”, ressaltou Cassen.
O gesto concreto motivado pela Campanha da Fraternidade acontece na Coleta da Solidariedade, realizada nas comunidades no Domingo de Ramos – um final de semana antes da Páscoa. Os recursos arrecadados formam o Fundo de Solidariedade da Arquidiocese e permitem auxiliar diversos projetos comunitários durante o ano. Desde 2000, quando foi formado, o FDS já beneficiou 194 iniciativas e quase 30 mil pessoas. Para Luiz Costella, integrante do conselho do fundo, ele é “a forma concreta de as Igrejas viverem a Campanha da Fraternidade. Nas comunidades, as pessoas são beneficiadas independente de suas religiões”, realça. Os Gestos Concretos do Fundo este ano – projetos especiais ligados ao tema da Campanha – beneficiarão três áreas específicas: Organização de banco de sementes para incentivo à biodiversidade e agroecologia; recuperação de nascentes e cuidados com a água; e destino correto de resíduos.
Missa de Cinzas
A celebração que marca o início da Quaresma e a abertura da Campanha da Fraternidade foi realizada em uma Catedral lotada, as 16h00min desta quarta-feira. Presidida pelo arcebispo metropolitano, a Missa de Cinzas reuniu centenas de pessoas.
A tradicional bênção das Cinzas foi dada a cada um dos presentes na celebração. A benção marca a purificação para que os fieis possam celebrar de coração novo o Mistério Pascal. O momento, de reflexão e reconciliação pede “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
