No norte gaúcho, mais especificamente a região do Planalto Médio se localiza o Quilombo da Mormaça e Arvinha, município de Sertão e próximo a Passo Fundo/RS. Durante todo o século XVIII a região missioneira foi alvo de disputas entre as Coroas espanhola e portuguesa. O projeto português de garantir suas fronteiras recém-conquistadas recompensou militares e estancieiros que se envolveram nos conflitos com a distribuição de lotes de terras (sesmarias). No Quilombo da Mormaça – foi na figura de Francisca da Mormaça que, de acordo com levantamento realizado, já nascera no local onde hoje é sede da comunidade – se constituiu a Vila Mormaça, conhecida até final da década de 70. A figura de Francisca Mormaça, filha da escrava alforriada Firmina, é a referência para a memória coletiva de seus descendentes, que hoje avançam no reconhecimento do território. O nome da comunidade quilombola da Arvinha teve origem a partir de uma árvore chamada Cambará.
A Cáritas Arquidiocesana de Passo Fundo vem há anos acompanhando os povos tradicionais, atividades previstas no planejamento da Cáritas Arquidiocesana de Passo Fundo, na Prioridade 2: Defesa e promoção de direitos, mobilizações e controle social das políticas públicas. Neste sentido, a entidade frequentemente visita e acompanha estas comunidades a fim de estreitar relações, promove a valorização e o fortalecimento da cultura e incentivando projetos de auto sustentação das comunidades, somando forças na luta do povo.
A Cáritas de Passo Fundo, em sintonia com a rede Cáritas, realizou na semana da Solidariedade, nas Trilhas da Vida, o II Encontro de Comunidades Quilombolas da Mormaça e da Arvinha do município de Sertão/RS.
O evento contou com 230 pessoas que ao som do atabaque, do berimbau, da dança da capoeira, revelaram sua negritude e resgataram costumes e pratos tríticos das comunidades quilombolas.
Com o intuito de reunir os dois quilombos e fortalecer a luta e a garantida dos direitos, a Cáritas em parceria com outras organizações, promoveu esse encontro, buscando integrar e celebrar as ações que são realizadas durante o ano, como oficinas de alimentação saudável, artesanato, formação sobre ervas medicinais, pastoral afro descendente, entre outros.
O II Encontro das comunidades quilombolas contou com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade - FNS e Adveniat, que contribuem no desenvolvimento das ações.
