A participação da comunidade na coleta da solidariedade permite que o Fundo de Solidariedade da Arquidiocese já some quase 200 projetos aprovados
O Fundo de Solidariedade da Arquidiocese de Passo Fundo chegou em 2015 celebrando 15 anos de história e 196 projetos apoiados. Isso significa milhares de pessoas beneficiadas e o fortalecimento de iniciativas de promoção de solidariedade, cidadania e transformação social.
Nesta quinta-feira, 26, mais dois grupos receberam os recursos de projetos enviados ao Fundo: o Lar da Menina de Sarandi e o Grupo de Mulheres do Acampamento Indígena em Carazinho, na BR 386.
O FDS é formado pelos recursos arrecadados na Coleta da Solidariedade, realizada no domingo antes da Páscoa, nas 53 paróquias da Arquidiocese. O valor coletado forma os Fundos Nacional, Regional e Arquidiocesano de Solidariedade, que apoia iniciativas comunitárias nas áreas de educação e formação, geração de renda e economia popular solidária, saúde alternativa e preventiva, resgate da dignidade humana, população em situação de exclusão e meio ambiente e reciclagem.
Cuidado com a Vida: Horta Solidária
Um dos projetos entregues beneficia o Lar da Menina da Sarandi. A instituição atende 85 crianças e adolescentes de 05 a 16 anos em turno inverso ao escolar, através de oficinas de informática, papel reciclado, coral, artesanato, culinária, espiritualidade, higiene e outras. Os recursos doados pelo Fundo de Solidariedade serão destinados para a organização de uma horta no local.
A diretora da entidade, Chanatieli Marques, explica que o projeto já era um sonho há bastante tempo, mas sempre surgiram outras urgências. Segundo ela, a partir da proposta da arquidiocese de trabalhar o cuidado com a vida, a instituição percebeu que este era o melhor momento de buscar recursos para a organização da horta. “Sabemos que vai ser muito importantes para uma alimentação mais saudável das meninas, para a conscientização do cuidado com o meio ambiente e a provocação aos pais, para também proporcionarem uma alimentação melhor aos seus filhos”, afirma Chanatieli.
A horta conta também com um sistema de captação da água da chuva, garantindo a reutilização e economia de água. A plantação já tem pés de alface, couve-flor, tomate, abobrinha, temperos e milho e é cuidada nos momentos de oficinas com as meninas.
Artesanato no acampamento indígena
O acampamento indígena nas margens da BR 386, em Carazinho, chama a atenção de quem passa. No local são 14 famílias, que sobrevivem especialmente da comercialização de artesanato na beira da estrada e em feiras da região.
Além de fonte de renda, o artesanato é também uma das principais formas de garantir o cultivo da cultura indígena. “Aprendi a tramar com a minha mãe e já estou ensinando a minha filha”, relata Vanessa Pinto, coordenadora do grupo de mulheres do local.
O apoio do Fundo de Solidariedade da Arquidiocese garantirá ao grupo materiais para a confecção de brincos, colares, filtros dos sonhos e artesanatos diversos produzidos no local pelas artesãs. Nesta quinta, os representantes do conselho realizaram a entrega de penas, sementes, colas e tesouras ao grupo que integra 19 mulheres.
Para Vanessa, a ajuda do FDS é uma forma muito importante de garantir que as moradoras do acampamento possam produzir os artesanatos com qualidade, para gerar e completar a renda das famílias